segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Tunísia. Mulheres perdem direitos com poder islamita.
A proposta para nova Constituição apresenta a mulher tunisina como “complementar” ao homem.
A Tunísia, país que com a Turquia (de Kemal Ataturk) era dos mais tolerantes do mundo árabe e entre os muçulmanos, está a mudar no pior sentido, para as mulheres e toda a sociedade.
As mulheres têm direitos garantidos de igualdade de género desde o Código do Estatuto Pessoal, promulgado em 1956 pelo presidente Habib Bourguiba.
As mulheres tunisinas têm direito à instrução, de casar com quem decidam e de se divorciarem judicialmente, têm tutela sobre os filhos e usam livremente contraceptivos.
A leitura do islamismo como prevalência masculina, que é comum a todos os vencedores das chamadas “primaveras árabes” vai impor um recuo civilizacional que não é surpresa para os mais avisados do ocidente.
Ocidente que está a apoiar a islamização fundamentalista do norte de África e Médio Oriente por motivos estratégicos de influência na região.
Na Tunísia as mulheres lutavam até agora por melhorar os direitos adquiridos, por conseguir uma maior emancipação e equiparação com os homens nos cargos dirigentes.
Agora voltam ao passado; à luta pela igualdade de direitos, para homens e mulheres – contra o obscurantismo teocrático.
Enquanto se espera a evolução no Egipto, o esquartejamento final da Líbia e a invasão da Síria, era bom que a opinião pública mundial deitasse os olhos para os efeitos da “primavera árabe” na Tunísia, onde os islamitas agora no poder até eram considerados dos mais moderados.
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2 comentários:
E há mulheres no "ocidente" a apoiar o fundamentalismo islâmico...
E, também, há mulheres num país "civilizado" como Portugal que, quando sofrem violência doméstica, são elas que têm que saír de casa porque a lei não obriga os agressores a saírem. E, de igual modo, já ouvi homens afirmarem, relativamente a esse tratamento das mulheres nos regimes islâmicos, que não podemos (devemos) interferir na cultura dos outros povos. Há de tudo.
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