Rincospermum
Europa ao rubro; ataque ao euro, mudanças políticas trazem maior instabilidade.
Na sexta-feira a agência Fitch cortou mais uma vez o Rating da Grécia (que ameaça declarar bancarrota). No sábado foi a Standard & Poor´s a ameaçar cortar o rating da dívida soberana de Itália, e ontem a Fitch fez o mesmo à Bélgica, seguindo a Standard & Poor´s que já em Dezembro o tinha feito. As taxas em Espanha bateram records, primeira consequência visível da derrota do PSOE a nível local.
No caso da Bélgica, com uma dívida soberana superior à irlandesa e à portuguesa, e sem governo, só é de estranhar ter demorado tanto tempo a ser atacada. A Itália idem, pois tem a segunda maior dívida da Europa logo abaixo da Grécia. A Espanha entrou para o “clube dos 10 mais ameaçados de bancarrota” para um desprestigiante 9º lugar; a possibilidade de lá se repetir o que agora ocorre cá – eleições antecipadas – deixou os mercados à toa e o euro numa aflição.
O que se passa na Europa é muito grave; à dificuldade de reacção à crise internacional por parte dos líderes europeus, junta-se a atitude penalizadora e restritiva das “ajudas” financeiras da União Europeia aos países em dificuldade.
Não surgem medidas para pôr cobro à economia virtual, numa estratégia da União contra os mercados especulativos. Há uma sensação de desagregação.
A única boa notícia vem da Alemanha, onde Merkel (a maior responsável da política decadente europeia) voltou a perder uma eleição. Agora foi em Bremen, antes tinha sido em Hamburgo, a segunda maior cidade do país, e depois na região historicamente conservadora de Baden-Wurttemberg, para uma coligação Verdes/SPD. Em Bremen, a CDU de Ângela Merkel ficou-se pelo terceiro lugar atrás do SPD e dos Verdes, que devem voltar a formar um governo de coligação na vereação.
Por cá, nem Verdes, nem companhia, fazem nada para impedir a vitória do ultra-liberalismo; continuam a atacar um governo que está por dias, sem pensar na composição do próximo Parlamento. Parece quererem juntar Merkel, Sarkozy, Berlusconi, Cameron e provavelmente Rajoy (que já pede a renúncia de Zapatero), a Passos Coelho; a família política da ideologia económica que criou a crise internacional. Mas para a esquerda estrábica não houve crise internacional, só umas políticas erradas. Nada que não se resolva com umas manifestações. É a vida.
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