quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Cavaco Silva quer mais bebés.
O Presidente da República, que não vive bem com os vencimentos que recebe, suspeita que mesmo esses “parcos rendimentos” não estejam assegurados no seu futuro. É um problema dos adultos de hoje, particularmente dos que auferem reformas “razoáveis”, não há geração de substituição para descontar para a Segurança Social e o dinheiro que descontaram já voou dos cofres do Estado, quem deu asas ao dinheiro foi a sua geração, mas isso é outra história.
Quando o número de mortes em Portugal ultrapassa o número de nascimentos temos um problema de natalidade, dizem. Também se podia dizer que sendo menos no futuro haverá menos gente a passar mal, errado; como a tendência é para aumentar o número de pobres em relação aos ricos e “remediados”, não nascerem mais não diminui a pobreza dos portugueses.
A questão demográfica em Portugal está longe de ser um problema de fertilidade ou dos padrões de vida modernos, não se nasce porque não há dinheiro para ter filhos. Uma minoria burguesa terá opções de vida profissional ou “filosofias” de vida que os levam a não procriar, mas as classes trabalhadoras não têm filhos porque não têm condições económicas para os terem. Não é teoria é a história da minha família e também dos meus vizinhos.
Cavaco vai promover na sexta-feira uma conferência com o nome “Nascer em Portugal” decerto na linha das suas declarações: “Porque é que nascem tão poucas crianças? O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal” ou da revelação “Eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao mundo”.
Cavaco está próximo do segredo, é de facto do entusiasmo, o entusiasmo está murcho e não sobe com medicamentos para a disfunção eréctil, o entusiasmo que falta aos portugueses é a esperança no futuro.
Em toda a natureza, os animais têm mais crias se os alimentos forem abundantes, nós os racionais fazemos previsões, vemos mais longe e o que vemos é que há muitos riscos de tudo faltar, a educação não está assegurada nem a saúde, o ganha-pão não é certo e com ele a habitação e os gastos domésticos, fazer hoje filhos é uma aventura que os irracionais não fariam.
Cavaco podia ajudar a natalidade, bastava-lhe não promulgar as leis que destroem a economia, que facilitam o despedimento e a precariedade laboral, os portugueses não estão dispostos a fazer filhos para depois os mandarem emigrar.
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