quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Violência policial em Valência revolta espanhóis.
Milhares de manifestantes voltaram ontem a sair às ruas de Valência. A repressão policial contra estudantes em Valência gerou protestos em várias cidades espanholas envolvendo milhares de jovens; só em Madrid, 3.000 cortaram o trânsito em solidariedade com os estudantes de Valência.
Desde 25 de Janeiro que às quartas-feiras jovens estudantes do instituto Lluís Vives cortavam por 10 minutos o trânsito em frente do estabelecimento de ensino; um protesto simbólico contra os cortes na educação, que levaram inclusive à falta de aquecimento e a terem de levar cobertores para as aulas.
A 15 de Fevereiro a policia deteve e manteve por horas incomunicável um estudante de 17 anos, que fazia parte de uns 30 ou 40 alunos que se manifestavam pacificamente em frente ao Lluís Vives. Foi a origem da manifestação de segunda-feira, na qual a polícia teve um comportamento abusivamente violento e desproporcionado perante jovens (na maior parte menores) e cidadãos que nada tinham a ver com os protestos.
O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón defendeu a actuação policial.
O chefe da polícia António Moreno e a delegada do governo na Comunidade Valenciana Paula Sánchez de León deram uma conferência de imprensa em que a delegada classificou os incidentes como “anedota” e o responsável da polícia negou a carga policial. Moreno recusou dizer o número de efectivos policiais para não “ proporcionar essa informação ao inimigo”.
As repercussões da difusão das imagens da violência policial pelos meios de comunicação internacionais, levaram o primeiro-ministro Mariano Rajoy (em Londres) preocupado com a imagem de Espanha e do seu governo, a pedir tranquilidade. O ministro do Interior reconheceu “alguma actuação infeliz da polícia” e o porta-voz do Partido Popular (PP) no Congresso de Deputados manifestou preocupação pela imagem de Espanha no estrangeiro.
O PP, que inicialmente tinha fornecido uma cartilha de justificações para a repressão, aos seus porta-vozes, vai tentar minimizar os acontecimentos, enquanto a oposição e os estudantes querem demissões dos responsáveis.
Com razão chamaram “Primavera Estudantil de Valência” aos protestos, não há como esconder a repressão nos dias de hoje. Fica um sinal da mudança política em Espanha, interpretada por alguns como favorável à “ordem musculada”. Mas em democracia, protestar é um direito – reprimir é um delito.
Vídeos AQUI.
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1 comentário:
Parece caber aos mais jovens a tarefa bem sucedida de assustar os próceres ao serviço da troika.
Recorde-se o papel perfeito dos estudantes da Escola António Arroio que fizeram o gajo dar cabo do trânsito – facto confirmado – para fazer uma inversão da marcha e fugir para Belém.
CLV
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