sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pessimistas?

Clima económico.Fev.2012
 

Nunca as famílias e as empresas portuguesas estiveram tão pessimistas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), divulgados esta manhã, o Clima Económico (calculado através de inquérito a empresas da indústria, construção, comércio e serviços) caiu para -4,7 em Janeiro, o valor mais baixo de sempre; em Dezembro já era recorde com -4,4.

Também a Confiança dos Consumidores (calculado através inquérito aos particulares) baixou como nunca, para -57,1 sendo o anterior máximo, de Dezembro -56,8.
Os dois indicadores que definem a qualidade da conjuntura sofrem quedas contínuas há meses.

Depois dos números conhecidos ontem sobre a evolução do desemprego, que atinge oficialmente os 14% e a contracção da economia registada no último trimestre (2,7%), os dados de hoje vêm confirmar que estamos numa recessão cada dia mais profunda. O péssimo clima económico leva a menos investimento privado e a baixa confiança dos consumidores à redução do consumo privado.

Para escurecer o quadro, na zona euro, Bélgica, Itália e Holanda entraram em recessão no 4ºTrimestre de 2011, juntando-se à Grécia e Portugal, e o Reino Unido, Alemanha e Espanha sofreram quebras da actividade económica. Metade da zona euro teve taxas negativas de crescimento neste período. Os problemas económicos na Europa, o principal destino das exportações portuguesas, são outro factor a juntar à evolução interna negativa.

Mas como assinalava o jornal El País de ontem; “o declínio europeu contrasta com a recuperação experimentada pelos Estados Unidos, que cresceu 0,7% no 4º trimestre, com uma política expansionista”. Duas políticas, dois resultados; cortes e austeridade não são caminho para o crescimento, por cá o governo fala em crescimento quando todas as suas políticas vão no sentido contrário.

Os números não enganam, e são de organismos credíveis, com a política actual não vai haver crescimento da economia e menos desemprego, nenhum indicador aponta isso. Ficar passivamente pessimista “não é posição”, há que rejeitar colectivamente a política de austeridade.

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1 comentário:

Carlos Loures disse...

Nem o pessimismo, nem a indignação são posições – a posição a tomar perante o terrorismo social que este executivo de herdeiros da União Nacional move contra o povo português, honrando a memória dos próceres, é a da revolta activa, a desobediência civil – se os militares não quiserem também desobedecer...