terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Expurgados dos centros de saúde é coisa de carnaval.
Não deram tolerância de ponto no Ministério da Saúde e eles resolveram brincar ao carnaval – no serviço.
Todos os utentes que não recorram a um centro de saúde durante três anos consecutivos vão ser expurgados das listas, noticia o Público. Dito assim, num país de leitores de títulos e raciocínio vertiginoso; tão rápido que não precisam de ler os artigos até ao fim, parece que vão ficar sem médico.
Afinal não é o caso, arquivo morto sempre existiu nos centros de saúde, já por lá andei por não dar sinal de vida. Quando muito é um estratagema para “aumentar os utentes dos médicos de família” como denuncia O Sindicato Independente dos Médicos, e isso sim, seria grave.
O caminho para resolver o problema da falta de médicos de família, não pode ser o de aumentar o número de doentes que cada médico já tem – seria estragar o que de bom foi feito nos últimos anos.
Olhem antes para os excelentes exemplos que as Unidades de Saúde Familiar são, que transformaram por completo a forma de atendimento dos doentes, pelo menos na minha área.
As listas actuais já incluem decerto doentes crónicos, mais ou menos frequentes e passivos. Cabe a cada serviço e médico gerir os seus “clientes”.
Ampliar administrativamente por directiva do ministério o número de utentes por médico – que é do que se trata – vai desorganizar o atendimento, piorando o que hoje funciona bem e não resolvendo o problema de quem não tem médico de família.
Não bastar ter médico de família, é preciso que o serviço prestado funcione e isso não se consegue trabalhando para as estatísticas. Os utentes são pessoas e os médicos também, uns necessitam de ser bem atendidos e os outros de terem o numero de doentes que lhes permita exercer bem a profissão.
Antes de porem em prática as ideias (!?) pensem nas consequências. Não estraguem.
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