terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Portugal não é a Grécia, mas é o quê?
O gráfico acima, da OCDE, publicado ontem no Expresso online, indica a evolução da actividade económica de Portugal (vermelho) comparando com a da Grécia (azul) e da Irlanda (verde) de Fevereiro 2010 a Dezembro de 2011. Enquanto no princípio do último trimestre de 2011 há um ponto de retoma na Grécia e Irlanda, Portugal não pára de descer.
Dados de agora, do INE, dizem que a recessão em Portugal no total do ano de 2011 foi de 1,5% do PIB. De imediato ouviram-se vozes a minimizar a situação pois havia previsões piores, como estratagema é o que é, mas não esconde a realidade; estamos em recessão há quatro trimestres, os seguintes também serão de recessão, vivemos a crise económica mais longa pelo menos da minha existência.
Um factor a ter em conta é a distribuição pelos trimestres de 2011 da queda do PIB, respectivamente; 0,6% – 0,2% – 0,6% – 1,35%, sendo que o quarto trimestre comparativamente ao mesmo de 2010 caiu 2,7%. Há uma evidente mão das medidas de austeridade do governo, no aprofundamento da recessão.
Na Irlanda o problema é mais no sector financeiro e na Grécia ao nível do Estado, como se sabe, mas em Portugal são os particulares e as empresas que não recuperam, os “ajustamentos” empobrecendo as pessoas e asfixiando por falta de crédito as empresas, não são reformas estruturais.
Mesmo as contas externas que contaram com a queda de importações e o bom comportamento das exportações, vão sofrer alterações este ano; as medidas de austeridade em Espanha (o principal parceiro) vão reflectir-se nas nossas vendas ao exterior, e no nível da nossa recessão.
O governo de Passos Coelho entende que com propaganda convence todos, interna e externamente, que vamos no bom caminho, depois aparecem os indicadores económicos e vai tudo por água abaixo. A Moody´s baixou mais o "nível de lixo" apesar da conversa fiada, e o que eu vejo que ando na produção, é que não há trabalho. A economia está paralisada em muitos sectores, a situação ainda vai piorar para a maioria das famílias portuguesas.
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