terça-feira, 31 de julho de 2012
Eurostat. Desemprego sobe para 15,4% em Junho.
Na véspera de entrar e vigor o novo Código Laboral, que irá provocar maior desemprego, o gabinete europeu de estatística (Eurostat) divulgou os números de Junho.
Em Portugal o desemprego sobe para 15,4% da população activa, só sendo ultrapassado pela Espanha e pela Grécia - no podium do desastre.
Na Zona Euro e na União Europeia o desemprego mantém-se estável, nos 11,2% e 10,4% respectivamente.
O desemprego em Portugal (AQUI)
O desemprego na União Europeia (AQUI)
Lembremos que o governo previu, para o ano de 2012, que o valor médio de desemprego seria de 14,5% e lembremos, que o desemprego é (segundo todos os ministros) a “maior preocupação do governo português”.
Quando o governo de Vítor Gaspar, Passos Coelho e Paulo Portas tomou posse, a taxa de desemprego era de 12,1% - uma “pesada herança”!
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segunda-feira, 30 de julho de 2012
Síria. Zona de exclusão aérea e o Bloco de Esquerda.
O líder da oposição síria no exterior pediu ao Ocidente que “instaure uma zona de exclusão aérea”. Também o líder curdo Abdel Sayda fez o mesmo pedido e um reforço de verbas dos “Amigos das Síria” que já terão entregue 15 milhões de dólares aos rebeldes. Com mais 145 milhões de dólares e uma zona de exclusão aérea a oposição diz que toma o poder na Síria.
Zona de exclusão aérea lembra-nos o Iraque, o Kosovo e ultimamente a Líbia, lembra também as posições políticas do Parlamento Europeu, no qual o Bloco de Esquerda (BE) teve a posição que teve.
Nesta guerra da Síria, no entanto, não parece ser só a Rússia e a China que aprenderam com o desenlace líbio. As zonas de exclusão aérea serviram sempre para o Ocidente atacar os exércitos normais e proteger os rebeldes.
É altura de recordar uma entrevista do bloquista José Manuel Pureza no Brasil, em que este realçou que “qualquer intervenção, por mais bem-intencionada que seja, é uma forma de controlo”.
O dirigente do BE falou ao Opera Mundi do “precedente inédito da autorização do uso da força contra um estado em exercício normal das suas funções”. Cito.
“Esse precedente pode ser encontrado na Resolução 1973 da ONU, relativo ao conflito líbio. Ela autorizou, além de uma zona de exclusão aérea e a imposição de um cessar-fogo, a utilização de todos os meios necessários para a protecção de civis. Essa resolução apenas serviu para que as forças da NATO bombardeassem sistematicamente as forças do governo líbio, facilitando o progresso da oposição e o derrube do governo, meses depois. E, ao contrário do previsto, foi indirectamente responsável pela morte de milhares de civis”.
No artigo titulado “Doutrina do caos”, JM Pureza diz que a “intervenção da NATO na Líbia, em 2011, não contribuiu apenas para derrubar o regime de Kadhafi, como também abriu um precedente para que questões envolvendo violações de direitos humanos, sejam usadas como desculpa para violar soberanias nacionais.
O artigo AQUI
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domingo, 29 de julho de 2012
Arcebispo de Braga critica medidas de austeridade.
A contestação ao governo já chegou à hierarquia da Igreja, o presidente da Conferência Episcopal da Pastoral Social e Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse numa conferência sobre o papel da Igreja em tempo de crise:
- “Começo a convencer-me que as medidas são demasiado pesadas para um determinado tipo de pessoas”.
Começar a convencer-se que a austeridade é demasiado pesada é uma evolução para D. Jorge Ortiga; na Páscoa, apesar de apelar ao governo para não sobrecarregar os pobres, sempre foi adiantando soluções para os necessitados, disse para eles “fazerem um esforço para se libertarem da pobreza, através do trabalho”.
Deve ter chegado à Sé de Braga a informação que os pobres estão pobres porque não há trabalho e a maioria do trabalho que conseguem não dá para os libertar da pobreza.
O senhor Arcebispo começou a convencer-se, segundo disse, “porque a luz sobe para todos, a água sobe para todos, o transporte sobe para todos, o IVA em termos do arroz, da massa e daquelas coisas, sobe para todos, mas para mim, e peço desculpa por o dizer; 100 euros num mês a mais nas coisas pode ser pouco para uma pessoa, mas para outra, cinco ou seis euros a mais por mês pode ser muito – e é isso que não se está a ver” (SIC).
Não tem que pedir desculpa o senhor Arcebispo, toda a gente já diz isso há muito tempo. A não ser que as desculpas sejam para dentro da Igreja, que apoiou as medidas da troika desde o primeiro momento, (ver aqui) e cujo efeito na multiplicação de mais pobreza já são impossíveis de esconder.
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sábado, 28 de julho de 2012
Aumenta o abandono escolar por razões económicas.
Não é só no ensino universitário, como tem sido divulgado, que as condições económicas das famílias impedem que os seus filhos continuem a estudar.
Nas desistências no ensino profissional já chegam ao número trágico de um terço dos alunos.
A Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), que representa o ensino privado financiado pelo Estado, tornou ontem público um inquérito que conclui que dos quase 3.000 alunos desistentes do 1º ano do ensino profissional, 30,4% abandonaram a escola no último ano lectivo por razões exclusivamente económicas.
A taxa de abandono dos estudos por motivos financeiros era de 22% em 2010/2011, a nível nacional, pelo que a subida no último ano lectivo é exponencial. No norte chegam a representar quase metade dos abandonos, 47,8%.
Os grandes problemas da escola portuguesa, nos quais o insucesso e o abandono escolar precoce se inserem, têm de ser observados à luz da nova realidade, as famílias não têm posses; não vai haver mais alunos a aprender mais, somente menos alunos.
Não vale a pena enumerar medidas para a prevenção do abandono escolar, nem esperar que a estrutura curricular resolva o problema básico da exclusão, a sociedade portuguesa está a empobrecer a um ritmo tal que gerações de jovens de famílias menos abonadas não terão direito ao ensino.
Os cortes na Educação, que para o governo de Passos Coelho são cortes na despesa, são cortes no investimento essencial para que Portugal tenha futuro. As medidas de austeridade que recaem sobre a parte da sociedade portuguesa mais necessitada vão excluir milhares de jovens da formação a que têm direito.
Assim não vamos lá.
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sexta-feira, 27 de julho de 2012
Lucros da GALP disparam. Combustíveis e gás também.
Um ano após a aprovação pelo governo do fim das golden shares, a GALP anunciou lucros de 178 milhões de euros, um aumento de 56,7% face ao mesmo semestre do ano anterior.
“O resultado operacional da empresa cresceu 52,65, para 269 milhões de euros, e as vendas aumentaram 14,7%, para 9,3 mil milhões”.
Segundo o comunicado da GALP citado na imprensa de hoje, “este aumento deveu-se ao melhor desempenho operacional em todos os segmentos de negócio” mais produção vinda do Brasil, subida das margens de refinação, mais crude processado e aumento do volume de gás natural negociado.
Uma empresa da área estratégica da energia, na qual os governos alienaram o controlo público que detinham. Lucros decisivos para a nossa economia que são subtraídos ao Estado português.
Nem o Estado obtém o que podia receber, nem os consumidores estão a retirar qualquer vantagem do sucesso operacional da GALP.
Os combustíveis continuam a aumentar de forma desregulada, o gás idem (ver aqui).
Empresas onde o Estado tinha direitos especiais como accionista - energia elétrica, telecomunicações, petróleo e gás - estão a passar pela crise como se ela não existisse. Tal como os bancos.
Nem são chamados a dar maior contributo através de temporários impostos especiais, nem têm em atenção que os consumidores estão a passar um mau momento.
Pelo contrário, é o governo que resolve intervir no mercado pelo lado dos fornecedores, introduzindo listas de devedores de bens de primeira necessidade. O governo foi eleito pelos portugueses mas está a defender interesses que não são os da maioria da população.
O que é que os portugueses ganham com os lucros da GALP?
O que é que os portugueses não ganham com os lucros da GALP?
Quem votou nestes votou nisto? (Para ver últimos posts clicar em – página inicial)
quinta-feira, 26 de julho de 2012
A carta de Portas aos militantes.
Portas quer tirar o cavalo da chuva, a carta aos militantes é uma tentativa de descolar o CDS da imagem degradada do governo.
Portas tenta justificar as políticas do governo com o cumprimento das “obrigações do acordo externo”, mas o que é facto é que o partido minoritário da coligação deixou passar todas as medidas “para além da troika”.
Acusaram Hermano Saraiva de contar estórias em vez de contar a história e é o que vemos todos os dias fazer-se na política do dia-a-dia, Portas tenta condicionar o PS, com o argumento já muito gasto, de que “a troika entrou em Portugal pela mão do PS”, quando é sabido que o PS de Sócrates (que negociou juntamente com Eduardo Catroga pelo lado do PSD) era o único que se opunha à entrada da troika.
A estupidez política da actual liderança do PS não resistirá muito tempo, ou os socialistas mudam de estratégia ou deixam de ser relevantes no país. Se até Paulo Portas procura distanciamento em relação à governação, não se percebe porque o Partido Socialista e a UGT continuam a colaborar com Passos Coelho.
Portas diz que os “impostos atingiram o limite”. Foi ele que os levou ao actual limite.
O CDS é co-responsável das opções do executivo, que em larga medida correspondem ao seu programa ideológico.
Os seus ministros, no ministério da caridade e no agrupamento de pastas de Cristas, têm sido responsáveis por arruinar tudo o que a sociedade democrática pós- 25 de Abril conquistou.
O próprio ministério de andar lá por fora, de Portas, tem servido apenas para este tentar passar despercebido. Mas não há nada a fazer, a descredibilizada actuação do governo, é do PSD e é do CDS. Nenhuma carta é capaz de esconder essa verdade.
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quarta-feira, 25 de julho de 2012
Passos Coelho apupado, também em Cantanhede.
Tal como em Gouveia, Braga e Borba, Passos Coelho foi apupado, também em Cantanhede.
Os manifestantes receberam o primeiro-ministro com um coro de assobios, bandeiras negras e faixas com palavras contra as medidas do seu governo.
Em Gouveia ainda tentou dialogar com os manifestantes, em Braga queixou-se de ser perseguido e em Borba passou de carro a alta velocidade.
Em Cantanhede, apesar de não ter falado sobre a recepção ou com os jornalistas, foi obrigado a presenciar os manifestantes que se encontravam atrás da fanfarra dos bombeiros.
Os bombeiros tocaram a sua orquestra de metais, os manifestantes a orquestra de apitos e assobios. Desafinado - só a música do governo.
Não matam mas moem…e vai haver mais.
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Portugal vende armas à Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau é dos países mais instáveis de África, as suas forças armadas são a principal fonte da insegurança e da inconstância política.
Entidades regionais e internacionais têm tentado promover o diálogo entre os líderes políticos e os militares. Da ONU à CPLP passando pela Comunidade Económica dos Estados do Oeste Africano e a União Europeia, têm-se esforçado para que seja implementada uma reforma no sector da defesa.
Segundo o jornal i, Portugal, que faz parte de algumas das organizações que procuram ajudar na pacificação da Guiné-Bissau, vendeu 684 mil euros de armas, desde 2009, à Guiné-Bissau, contrariando, (como denuncia a deputada do Parlamento Europeu, Ana Gomes) “as salvaguardas da posição comum assim como o trabalho da missão da EU para a reforma do sector de segurança na Guiné-Bissau, lançada em 2008 e que deixou o país em 2010”.
Temos assim, a costumeira hipocrisia dos países que se dizem fomentadores da paz a fornecer o equipamento para fazer as guerras.
A proibição da venda de armas a “países em risco de tensão e conflitos”, habitualmente ladeada pelo recurso a intermediários, é no caso das exportações portuguesas de armamento, ignorada às claras; a Guiné-Bissau é o nosso sexto melhor cliente nos últimos meses, segundo dados do INE.
Depois enviamos navios e aviões de guerra para a costa de África a cada vez que surge um golpe ou um assassinato, porque, como dizia o ministro da defesa, “as forças armadas portuguesas estarão á altura do desafio se vier a ser necessário”.
Hipócritas!
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O rosto de Simón Bolívar revelado pela ciência.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aproveitando o 229º aniversário do nascimento de Simón Bolívar, apresentou nesta terça-feira as imagens de uma reconstrução facial em 3D do rosto de El Libertador.
Relatório sobre a reconstrução facial e relatório preliminar sobre as causas da morte de Simón Bolívar AQUI
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terça-feira, 24 de julho de 2012
Cavaco recusa troca de hortas entre Lisboa e Loures.
Em dia de viagem a notícia principal, que ouvi repetidamente no rádio, era a iniciativa de Cavaco não promulgar um diploma por causa de um erro num mapa das freguesias.
(Por falar em viagem, aproveito para informar que o gasóleo em Espanha (Galiza) já é mais caro que do lado de cá da fronteira, por lá estava a 1.369 euros/litro e cá paguei a 1.360. Os TIR estão a perder a vantagem de atestar fora de Portugal, o que terá consequências).
Voltando a Cavaco e já com o desenvolvimento da notícia que está no Público, deduz-se que os deputados não se entenderam sobre os limites territoriais dos concelhos de Lisboa e Loures, e enviaram um diploma, que sabiam estar errado, para o presidente da República desempatar. Levaram um raspanete.
“Mais de um ano” de trabalho e o Parlamento não consegue fazer um documento de consenso sobre onde acaba Loures e começa Lisboa ou vice-versa. O caso deve ser mais grave que a lei laboral, rapidamente promulgada pelo presidente.
Alguém quer estender o Parque das Nações até às hortas de Loures onde se cultivam as alfacinhas. Felizmente há uma presidência atenta às grandes questões e más redacções.
Muito se trabalha no nosso Parlamento e na nossa Presidência, e bem.
Já agora sugeria que verificassem se temos licença para o cultivo da couve-galega e da outra, de Bruxelas; ainda temos um conflito internacional e particularmente com Bruxelas sabem que não se brinca.
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domingo, 22 de julho de 2012
Onde fica o Porto?
Começou por ser uma boa ideia, como ia ao norte ver o meu pai e tinha uma série de material informático para deitar fora, resolvi reciclar o dito material para lá usar, um velho monitor Sony que ainda não tinha ido à vida por pesar mais que uma saca com batatas e eu viver num 2º andar sem elevador, uma torre que ardeu aqui há dias e uma impressora do tempo em que a minha filha estudava.
Foi a única parte que correu bem. Com a torre arranjada quase de borla, levei tudo, instalei, e a coisa funcionou. Os problemas vieram depois com a Internet, a banda larga móvel “afunila” dentro da nossa casa na aldeia, quando é lenta chateia quando se vai a meio de qualquer coisa chateia ainda mais.
Fui a Chaves, que é perto, mas Sábado à tarde é muito tarde, o que procurava abre 2ª feira. No regresso ouvi um ruído no carro, fiquei sem direcção assistida e ar condicionado, mas andava. Procurei “oficinas auto”, sabendo que Sábado à tarde em Chaves é muito tarde. Por sorte, achei uma a fechar os portões e um patrício prontificou-se a ver o problema.
Um apoio do motor do ar condicionado cedeu, partiu uma correia que desligou uma série de mecanismos, abreviando, tem de parar. Ficou lá para arranjar na segunda.
Liguei para a companhia de seguros, pois o meu seguro diz que tenho direito a carro de substituição, mas não é bem assim: A menina que me atendeu na companhia disse que como era Sábado só tinha carros nos aeroportos.
Chaves tem um aeródromo, pensei, para o efeito não deve ser a mesma coisa. A menina esclareceu; - em Faro, Lisboa e no Porto, o senhor como está no norte pode ir ao Porto. Eu podia explicar onde fica o Porto e onde fica Chaves, mas não adiantava, a menina ficou no call center e eu apeado.
Apeado e sem poder sair da aldeia pois ao fim-de-semana não há carreiras, como também não tenho televisão depois de comprar “duas caixas” de TDT, tenho andado a jardinar. Espero a todo o momento ouvir a chiadeira das rodas com os veios de madeira dos carros de bois – ou será que não recuei tanto no tempo?
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sábado, 21 de julho de 2012
Aumento da taxa reduzida do IVA é terrorismo social.
O FMI admite o aumento das taxas reduzidas do IVA para suprir a perda de 840 milhões de euros na Segurança Social, que resultariam da descida da Taxa Social Única (TSU).
A descida da TSU é uma experiência que a troika quer fazer em Portugal, aproveitando a propensão do nosso governo, para utilizar os portugueses em ensaios económicos de laboratório.
Já esteve programada, estudos demonstraram que era asneira; agora volta, por mais que se afirme que não se aguentam mais subidas de impostos. E a descida da TSU tem de ser compensada com subida de impostos.
Os produtos com taxa reduzida, que o FMI sugere que se aumentem, são bens de primeira necessidade, os de taxa a 6% incluem os alimentos indispensáveis como a carne, peixe e ovos, os legumes e cereais, azeite e óleo ou fruta, para além de outros mais baixos como os livros, os jornais e um rol de outros produtos que se entendeu terem um IVA reduzido devido ao seu interesse social básico.
O professor Hermano Saraiva dizia numa das suas últimas entrevistas, que depois dele ninguém escreveria que a história da Idade Média foi a história de uma luta de classes. Não foi só na Idade Média, há épocas em que é mais evidente e estamos a viver um desses períodos.
Depois de limitarem o acesso dos mais necessitados à saúde e à educação, caminhamos para a imposição da fome a largas camadas da população portuguesa.
Até quando o terrorismo social vai ser aceite?
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sexta-feira, 20 de julho de 2012
Morreu o historiador José Hermano Saraiva.
Morreu o homem, ficam os livros e os vídeos dos seus programas. Ao vê-lo e ouvi-lo, lembrava-me sempre o meu pai, a mesma idade e a mesma lucidez na idade avançada.
O desaparecimento do historiador, do homem público e excelente comunicador deixa saudades.
Durante uns dias falar-se-á da História de Portugal.
Vai decerto ser homenageado também por aqueles que tiraram os feriados do 5 de Outubro e 1º de Dezembro…coisas da fraca e minúscula história.
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Milhares de espanhóis na rua. Portugueses adormecidos.
Em dezenas de cidades por todo o Estado Espanhol, os cidadãos saem às ruas para protestar contra as medidas de austeridade, estão vivos e vigilantes.
Os espanhóis estão indignados por os obrigarem a pagar uma crise que é dos bancos, da Europa do euro, do capitalismo dominado pela alta finança, do sistema.
Enquanto a maioria dos portugueses parecem adormecidos e aceitam passivamente que lhes retirem todos os direitos à sociedade do bem-estar, em Espanha luta-se.
Espanha tem uma UGT mas não tem um colaboracionista como dirigente, Espanha tem um Partido Socialista mas não tem um Tó Zé Seguro a dirigi-lo.
Espanha tem uma história de associativismo, uma classe média que não sente vergonha por ser vista em manifestações, uma juventude determinada.
Em Espanha não há uma comunicação social totalmente controlada pelo poder, ninguém acredita que a crise é culpa do povo ou de um Sócrates qualquer.
Em Espanha as críticas não se fazem só em família ou nas redes sociais, juntam-se aos milhares nas ruas. A imagem de coragem vem do colectivo, da massa que protesta.
É o que o poder mais teme.
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quinta-feira, 19 de julho de 2012
Síria. Mortos confirmados, a guerra servil mediática.
A cobertura jornalística da guerra Síria é um espanto, o jornal conservador alemão Die Welt escrevia, (sobre o chamado “massacre de Tremse”), “o número de mortos confirmados varia entre 74 e 150”. Ser confirmado e variar, embora estranho podia ter origem em duas fontes, mas no mesmo período o jornalista escreve que activistas falam em “mais de 150 e o governo em 50 pessoas mortas”.
Cada jornal acrescenta um ponto ao conto, crianças e mulheres têm mais efeito. Já vimos isto na Líbia, com armas pesadas em Bagdad disparadas sobre manifestantes, que os fugitivos portugueses que lá estavam disseram que nunca viram.
O jornal Público diz hoje, que morreram ontem 214 pessoas na Síria, 38 em Damasco. A Agência France Press fala em 16 mortos na capital e curiosamente o jornal e a agência citam o mesmo “Observatório Sírio de Direitos Humanos” (OSDH).
A relação entre civis, soldados e rebeldes mortos, com base na OSDH é sempre de muitos civis e bastantes mais soldados que rebeldes. De qualquer maneira uma ofensiva em grande escala para tomar o poder na capital, com o emprego pelo governo de tanques e helicópteros, com os reportados bombardeamentos, não pode ter resultado 62 (ou 43) soldados e 28 (ou 8) rebeldes mortos. Não é credível.
O que é o “Observatório Sírio dos Direitos Humanos”? Pelo nome parece uma ONG, uma organização de cívicos pelos direitos humanos. Não é uma organização é um fulano em Londres com um portátil e um telefone ligado aos activistas anti regime sírio, que se apresenta como um pacifista independente.
Não tem nada de mal se for levado em conta que o citado “director” do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmane, é o Observatório. É um perseguido do regime sírio, ex-preso e militante. Não pode ser a única fonte dos jornalistas ocidentais, nem ser-lhe dada a credibilidade de um Observatório de Direitos Humanos. É óbvio e básico em jornalismo.
Talvez por eu ser de uma geração que já cá andava quando da guerra colonial e a do Vietname, lido mal com os relatos orgásmicos das guerras, pior com a defesa de atentados bombistas, que na Síria mataram o vice-ministro da Defesa, Asef Shawat (alauíta), o ministro da Defesa, Daoud Rajiha (cristão) e o ministro-assistente Hassan Turkomani (sunita). As religiões das vítimas são demonstrativas de quanta ignorância se lê nos jornais.
Mas é a informação que temos, tem de se lhe dar um desconto.
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quarta-feira, 18 de julho de 2012
Desemprego. Mais 25% inscritos nos Centros de Emprego.
O número de inscritos nos Centros de Emprego aumentou em Junho para mais 24.5% em relação a Junho de 2011.
(Fonte:Instituto do Emprego e Formação Profissional)
Mais 0,7% que no mês anterior, ou seja, num mês foram para o desemprego 4.733 pessoas.
Considerando só os inscritos nos Centros de emprego, são:
645.995 Desempregados (inscritos).
Mais 127.250 que há um ano.
Obra do governo de Passos Coelho, que ameaça não ficar por aqui.
PS. Tenho na lateral do blogue uns números do desemprego que não sei se devo actualizar cada vez que varia (que sobe) ou deixar estar para se ver como era há uns meses.
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Líbia. Resultados eleições. Liberais 39 em 200 lugares.
Os “liberais” da coligação Aliança das Forças Nacionais (AFN), foram o partido mais votado na Líbia, conquistaram 39 dos 80 lugares reservados aos partidos. A Aliança, liderada por Mahmoud Jibril, ex-ministro de Kadhafi que se mudou para a oposição, chegando a chefiar o Conselho Nacional de Transição, é dada como vencedora das eleições.
A verdade é que num parlamento de 200 deputados, (120 são independentes) e atendendo à miríade de organizações que compõem a AFN, o grupo parlamentar mais homogéneo é a Irmandade Muçulmana que conquistou 17 lugares e ficou em segundo lugar.
De resto, o máximo que os partidos elegeram foram 3 deputados, tendo a grande maioria deles elegido apenas um elemento, como os independentes (!). O Partido da Pátria, dado pela comunicação social como um dos três principais candidatos à vitória não conseguiu qualquer lugar.
O Parlamento líbio passa assim a ser composto por deputados unipessoais na sua grande maioria. Como dizia aqui, só quando houver votações se saberá quem ganhou as eleições na Líbia.
Em relação à representatividade de todos os eleitos não há elementos para fazer qualquer análise, mas não resultou nada de semelhante ao modelo ocidental que foram obrigados a importar.
Uma incógnita é a reacção das tribos aos resultados e à representatividade que terão na vida política líbia. Provavelmente, as eleições são apenas mais um episódio da guerra da Líbia, que se continuar, é longe dos holofotes dos meios de comunicação ocidentais.
Agora é tempo de fazer outra guerra, a da Síria.
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terça-feira, 17 de julho de 2012
Buscas no BES e CGD. Em causa privatizações REN e EDP.
Corrupção - Tráfico de Influências – Negócios Escuros - Máfia
Segundo as notícias, as investigações “terão tido origem numa denúncia sobre indícios de tráfico de influências”.
Indícios, indícios, indícios… investigação do DCIAP… costuma dar em nada!
Que a coligação governamental PSD/CDS é uma central de negócios não há dúvida; que as privatizações servem para colocar os seus quadros nas empresas mais importantes do país, não há dúvida; que reina a promiscuidade entre o mundo dos negócios os grandes escritórios de advogados e os órgãos do poder político (executivo e legislativo) não há dúvida.
Dúvida, se alguém ainda a tem, é se a Justiça portuguesa é capaz de combater a Máfia instalada, não tem sido e nada aconteceu agora que nos leve a deduzir que vai passar a ser.
Ainda por cima em empresas como a EDP, onde pontifica o troiko Eduardo Catroga e Celeste Cardona; da REN onde colocaram José Luís Arnault, do BES de Miguel Frasquilho ou da Caixa pública de todos os tachos.
Os interesses do país e o enriquecimento ilícito dos privados são antagónicos, mas as posições que políticos e ex-políticos têm nos negócios não são próprias de um país honesto.
As privatizações são O grande negócio deste século em Portugal, são fiscalizadas por quem está envolvido nos contratos e acordos, só podem resultar negociatas.
A Justiça podia ter uma palavra, seria assim num país sério, mas a Justiça para estes casos e até prova em contrário – não existe.
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segunda-feira, 16 de julho de 2012
A canção deste verão? Por Diego Escusol.
Tema do cantautor natural de Zaragoza, Diego Escusol, colocada no Youtube antes de ontem, tinha registado 27.000 visitas em menos de um dia.
Para quem não acompanha a vida política no Estado Espanhol, tem a história na página cultural do El País:
http://cultura.elpais.com/cultura/2012/07/15/actualidad/1342357008_685359.html
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Passos Coelho vaiado em Borba.
O recinto do “Global Stone Congress 2012”, que se realiza na cidade alentejana de Borba, não tem saída pelas traseiras.
Passos Coelho teve por isso de passar por “largas dezenas de manifestantes” que o apuparam. Gente do ensino, da saúde, da administração pública e populares, aguardaram a saída dos ministros para protestar contra as medidas do governo.
- Para ver vídeo clicar AQUI.
O Global Stone Congress é um evento internacional, que se realiza há 6 anos, juntando empresas do Sector da Pedra Natural. O Cluster da Pedra afirmado durante o anterior governo, constitui um importante valor para Portugal dado o potencial que este recurso natural tem, de norte a sul do país, dos mármores graníticos aos calcários.
O Global Stone Congress é sobre a pedra, mas participam sempre alguns calhaus.
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domingo, 15 de julho de 2012
Cruz Vermelha considera a Síria em guerra civil.
O porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha para o Médio Oriente, Hicham Hassan, disse ontem à Reuters que o “conflito armado não-internacional na Síria” já não se limita às três regiões; Holms, Hama e Idlib, anteriormente classificadas pela organização humanitária como de “conflito armado interno”.
“Conflito armado” já significava guerra civil, embora localizada. A qualificação da violência na Síria entendia portanto existirem forças armadas em confronto.
A imprensa portuguesa descobriu hoje a condição de guerra civil na Síria. Há meses que a comunicação social, não envolvida no conflito, designa a situação na Síria como de guerra civil; relata a existência do Exército Sírio Livre iniciado por “desertores do exército e dos serviços de segurança”, a Frente dos Revolucionários da Síria, com base na Turquia e que a própria anunciou serem civis armados e outras milícias pagas e armadas por países islâmicos da região.
A definição do conflito, pela Cruz Vermelha, tem implicações. Uma ao nível das Convenções de Genebra sobre as regras da guerra, obrigando os combatentes de ambos os lados a respeitar as leis humanitárias internacionais e a possível acusação de crimes de guerra (como habitualmente para os derrotados).
A outra suposição é que se deixe de falar em massacres quando as vítimas são de um lado e de vítimas das forças leais quando são do outro, mesmo quando envolvem a morte de civis, como o caso dos atentados bombistas.
Vamos continuar a ouvir relatos de um lado e do outro, que os meios de comunicação servirão conforme o partido que tomam. Alguma imprensa internacional ainda faz notícias, por cá o “jornalismo” é uma miséria que nem assinala quais as “notícias” confirmadas por fontes independentes (as ONGs não são).
Uma oportunidade para a paz é cada dia mais complicada, o que acontecerá com a internacionalização do conflito sírio, ninguém pode imaginar. Loucos.
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JSD apoia Miguel Relvas e acusa Mariano Gago.
Duarte Marques, líder da juventude do PSD, lançou nos Açores “o desafio de perguntarem ao antigo ministro Mariano Gago, que foi responsável pela criação dessa lei, o que entende da mesma”.
O jovem líder da JSD (de 31 anos, uma idade em que a maioria já possui tino) referia-se à “lei das equivalências”, que Miguel Relvas e doutos professores da Lusófona dizem ter usado para “licenciar” o ministro sem a chatice de fazer cadeiras universitárias.
Já cá faltava o governo Sócrates para justificar a trafulhices do PSD, o que é que o Doutor Mariano Gago tem a ver com o caso Miguel Relvas? Há, como o próprio Duarte Marques diz, uma lei “transposta de uma directiva comunitária”.
A opinião da maioria dos académicos é que essa lei foi abusivamente utilizada por Relvas em conluio com uma universidade privada. A opinião pública é conhecida, está farta de intrujices de políticos de má nota.
Fica a mensagem de Duarte Marques. Como aqui dizia ontem; Miguel Relvas representa bem, grande parte do PSD actual – pode-se acrescentar – representa também o PSD futuro, aquele que está a ser fabricado na actual JSD. Uma náusea.
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O jovem líder da JSD (de 31 anos, uma idade em que a maioria já possui tino) referia-se à “lei das equivalências”, que Miguel Relvas e doutos professores da Lusófona dizem ter usado para “licenciar” o ministro sem a chatice de fazer cadeiras universitárias.
Já cá faltava o governo Sócrates para justificar a trafulhices do PSD, o que é que o Doutor Mariano Gago tem a ver com o caso Miguel Relvas? Há, como o próprio Duarte Marques diz, uma lei “transposta de uma directiva comunitária”.
A opinião da maioria dos académicos é que essa lei foi abusivamente utilizada por Relvas em conluio com uma universidade privada. A opinião pública é conhecida, está farta de intrujices de políticos de má nota.
Fica a mensagem de Duarte Marques. Como aqui dizia ontem; Miguel Relvas representa bem, grande parte do PSD actual – pode-se acrescentar – representa também o PSD futuro, aquele que está a ser fabricado na actual JSD. Uma náusea.
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sábado, 14 de julho de 2012
Autárquicas. Prepara-se a era pós Miguel Relvas.
As touradas internas nos partidos políticos dizem pouco aos portugueses, no entanto é dessas lides que resultam o domínio dos aparelhos partidários e os candidatos que depois a população tem para votar. O sistema não é grande coisa, é aliás a explicação para a falta de qualidade da “elite política” que chega à governação (e ao Parlamento).
Umas dúzias de militantes criam um grupinho, escolhem um líder que levam a congresso e em função de interesses, carreiras e estratégias pessoais ou de grupo, temos candidatos a primeiro – ministros do país.
Firmino Pereira, que é vice-presidente do PSD/Porto e da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, defendeu a saída de Miguel Relvas, por considerar que ele está a fragilizar a imagem do governo.
O presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, protegido de Miguel Relvas (ou vice-versa) saltou para a arena em defesa do ministro e tratando o seu vice por “o militante Firmino Pereira” disse: “Já avisei o vereador e vice-presidente da Câmara de que por agora manterei as funções que ali ocupa, mas que daqui por diante não poderei tolerar mais que haja dissonância em relação a posições institucionais da câmara e do presidente, na medida em que isso é incompatível com o lugar de representação do presidente da Câmara”.
O “coitado” do Firmino não falou em nome de mais ninguém senão dele próprio, mas ficou a saber que apesar de ser vice-presidente regional do PSD, para conservar o lugar em Gaia, tem de abdicar do direito constitucional de expressar a sua opinião política. E nós ficámos a saber que uma autarquia (a Câmara de Gaia) tem uma posição institucional sobre o caso Relvas.
Firmino Pereira, até agora pouco conhecido no país, foi considerado o homem do ano (2011) em Vila Nova de Gaia, naquilo que tem sido a preparação do PSD para o fazer suceder a Luís Filipe Menezes, que sonha com a Câmara do Porto.
Miguel Relvas está a dividir as hostes do PSD, das “elites do partido” à estrutura autárquica. Se não fossem os negócios em que está envolvido em nome do Estado português, eu participava numa manifestação para que ele se mantenha mais uns tempos no governo. O que ele é representa bem grande parte do actual PSD.
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Léo Ferré – Memória 14 de Julho.
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
Bagão Félix. Miguel Relvas devia demitir-se.
O ex-ministro dos governos de coligação PSD/CDS, Bagão Félix, disse na RTP (ver aqui) que Miguel Relvas “devia demitir-se para poupar o primeiro-ministro”. O actual conselheiro de Estado pediu desculpa ao “seu amigo” Relvas pela afirmação, mas garantiu que no lugar dele se demitiria. Quase há mesma hora, na SIC, António Capucho pedia uma remodelação no governo.
Não são só as vozes da oposição, ou da generalidade da opinião pública, a manifestar-se contra a presença de um individuo com as características de Miguel Relvas na governação do país, também políticos da área dos partidos do poder estão incomodados.
Manter Miguel Relvas no governo, é na opinião da maioria dos comentadores -de todos os quadrantes - uma forma de desgaste político que Passos Coelho não precisa. Então o que leva o primeiro-ministro a renovar diariamente a sua confiança em Miguel Relvas? Que missão desempenha Relvas que não possa ser executada pelas dezenas de quadros da direita, ao dispor de Passos Coelho?
Não serão razões da política, que larga os contrapesos para sobreviver, ou das relações de amizade, que não contam para conservar o “pote”, só podem ser os negócios. É nos negócios em que o Estado português está envolvido, que o papel de Miguel Relvas parece ser insubstituível.
O Estado português, qualquer Estado, não pode ser envolvido em trafulhices. Hoje, quer se queira quer não, quer tenha tirado muito ou pouco proveito, Relvas tem na opinião pública uma imagem de trafulha.
No mínimo é necessária mais vigilância sobre a transparência dos negócios do governo, tudo isto é muito suspeito.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012
Professores. Manifestação contra o desemprego.
Professores manifestam-se hoje em Lisboa, (15horas – Rossio) contra a extinção de 25 mil horários.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) deu há dois dias uma conferência de imprensa, (ver AQUI) onde disse prever que “no próximo ano lectivo, fiquem sem trabalho entre 15 a 20 mil contratados e cerca de oito mil docentes dos quadros”.
Manuel Pereira, presidente da Associação dos Dirigentes Escolares, disse ao jornal Público que a situação é aflitiva; “este ano, em cada agrupamento são dezenas e dezenas de horários zero, de pessoas com muitos anos de carreira, com uma vida estável numa escola, e que de um dia para o outro se apercebem de que têm de ir a concurso por falta de componente lectiva”.
Tanto Manuel Pereira como o dirigente sindical Mário Nogueira afirmam que a situação de desânimo e medo do futuro que se vive nas escolas, não contribuem para a mobilização de protestos.
É uma situação que merece estudo, coisa que os professores estão habituados a fazer e promover. Como é que mobilizavam 100 mil contra Maria de Lourdes Rodrigues e agora têm dificuldade em juntar os professores para reclamar pelo direito ao trabalho?
O que o anterior governo fez aos professores não é um avo do que o governo de Vítor Gaspar, Passos Coelho, Paulo Portas e Nuno Crato está a fazer.
É ou não é?
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quarta-feira, 11 de julho de 2012
Greve dos médicos. Utentes não protestam.
A maior paralisação de médicos nos últimos 20 anos cumpre hoje o primeiro dos dois dias em que os serviços públicos de saúde vão funcionar como se fosse fim-de-semana.
A greve, promovida pelos sindicatos e apoiada pela Ordem dos médicos, está a ter a compreensão dos utentes, não se registando protestos em centros de saúde ou hospitais onde foram adiadas cirurgias e consultas.
Os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) compreendem que a greve dos médicos, sendo em defesa de reivindicações da classe médica, é igualmente para protecção dos bons cuidados médicos que o SNS tem prestado à população portuguesa.
Os médicos defendem a “qualidade do exercício da profissão médica e a sua formação contínua”, o que não se compadece com medidas governamentais como a aquisição de serviços médicos através de concursos realizados com empresas de trabalho temporário.
Para além das carreiras médicas e a valorização profissional, que fixa os médicos no SNS e permite aos doentes serem atendidos com competência, os médicos contrariam “as múltiplas e graves medidas governamentais de restrição no acesso aos cuidados de saúde”.
Os portugueses sabem que medidas como o aumento das taxas moderadoras são um favor aos privados, que o actual ministro parece ainda trabalhar para a Medis e que a privatização da saúde pretende transformar o Serviço Nacional de Saúde num “serviço público residual, barato e de menos qualidade, para os mais pobres”.
Os médicos fazem greve contra as medidas humilhantes para a classe médica promovidas pelo actual governo, mas igualmente para defesa do Direito à Saúde dos portugueses.
PS: in jornal Público - Primeiro balanço da adesão à greve; perto dos 100%.
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terça-feira, 10 de julho de 2012
Resistência mineira. Símbolo da luta contra os cortes.
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Resultados das eleições na Líbia.
As eleições na Líbia ainda fazem parte da Guerra da Líbia, tiveram por isso uma cobertura propagandista na comunicação social em vez de informação jornalística esclarecida e elucidativa.
Começou pela participação no acto eleitoral, as primeiras notícias diziam que votaram 60% dos inscritos (1,7 de 2,7 milhões inscritos), para depois todos anunciarem que votaram 60% dos líbios, que são 6,4 milhões. Contas minhas, considerando que 40% da população não terá idade para votar, (sobram 4,6 milhões) terão votado menos de 40% dos líbios adultos. É um pormenor.
Outro pormenor (manipulador) é a caracterização dos partidos, dá jeito ao “Ocidente” depois do surto islamizador das “primaveras árabes”, inventar uma designação ocidentalizada para os islâmicos moderados e coisas afins. Na líbia nasceram uns “liberais”, ditos adversários dos partidos islâmicos.
Estes “liberais” não se enquadram em qualquer família nascida das revoluções ou pensamentos liberais conhecidos, é uma fórmula criada para encobrir a realidade do partido de Mahmoud Jibril (Aliança das Forças Nacionais – “os vencedores”). É um movimento islâmico, que quer o Islão na vida política e considera “a Sharia (lei islâmica) como base da lei” – isto é dito por eles. Sharia, Estado de Direito, Liberalismo, Islão, é demasiada confusão.
No sentido da natureza do poder, estão a criar um Estado mais centralizado que a anterior democracia de base, que, embora não indo até à super-estrutura do poder, era participada directamente pelos líbios.
Também não serão liberais no sentido económico, (não tanto como se pensa). Mahmoud Jibril já avisou que antes da generalização das privatizações, há que construir as infra-estruturas necessárias à Líbia; afinal, o pensamento de Kadhafi, que Jibril executou enquanto responsável do Planeamento e depois do Desenvolvimento Económico no governo deposto.
Não se pode dizer quem ganhou as eleições, como é possível afirmar que um partido que concorre para 80 de 200 lugares venceu? Para mais sendo composto de 58 movimentos e centenas de ONGS (!?) e Independentes.
Só se saberá quem ganhou as actuais eleições depois de ver o sentido das votações no Parlamento. A Irmandade Muçulmana promete surpresas contando com os independentes de filiação política “indefinida”.
Mas o importante é se o governo é aceite pacificamente; por quem deixa de ver reconhecido o seu real poder, as tribos, pelos federalistas que queriam outra representatividade, ou pelas populações que vão contar com menos verbas dos lucros do petróleo. O governo vai ter de pagar aos países que lhe entregaram a governação da Líbia.
Para a opinião pública ocidental, a hipótese de a Líbia não conseguir impedir a violência interna ou regredir dezenas de anos no índice de desenvolvimento humano não será valorizado, afinal os amigos da Líbia são os mesmos amigos do Iraque e ninguém se importa com o que lá sucede desde a “implantação da democracia”. Amigos que estão a estender a sua amizade à Síria.
Para seguir o escrutínio clicar em: http://www.libyaherald.com/
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Diminuir a despesa só com cortes na Saúde e na Educação.
Para que não caia no esquecimento fica aqui o monumento à lucidez governativa do primeiro-ministro
que os portugueses elegeram.
Sem comentários…
Só um – parece aqueles autarcas que quando se sentem ameaçados com falta de verbas, vão para os jornais dizer que se não houver dinheiro, quem vai sofrer é o transporte escolar das criancinhas.
Deixem-se de criancices!
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domingo, 8 de julho de 2012
As vaias a Relvas, em Mafra, foram de quem?
Vídeo Sapo desporto no Público
A manifestação de Mafra é significativa, foi espontânea. Sócrates tinha habitualmente professores à espera para lhe dizerem o que não gostava de ouvir, Passos Coelho jura que é perseguido por gente que “se desloca para o apupar”, Cavaco Silva que antes só fugia de estudantes (serão da Intersindical) passou, desde que deixou passar a lei laboral, a ouvir os seniores onde quer que vá.
Com o sucedido em Mafra, os governantes deviam perceber que não são apenas os sindicalistas e as pessoas mais conscientes politicamente que já não os suportam. É o “povão” que começa a despertar e a manifestar-se duma forma que, de facto, funciona melhor que os desfiles. Dizer-lhes na cara, a cada governante, o que pensam deles, é honesto.
Miguel Relvas com todas as polémicas que criou, aos olhos da população, representa a manigância. É a gente honesta que não o quer a decidir os negócios mais importantes do país.
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