sábado, 28 de julho de 2012
Aumenta o abandono escolar por razões económicas.
Não é só no ensino universitário, como tem sido divulgado, que as condições económicas das famílias impedem que os seus filhos continuem a estudar.
Nas desistências no ensino profissional já chegam ao número trágico de um terço dos alunos.
A Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), que representa o ensino privado financiado pelo Estado, tornou ontem público um inquérito que conclui que dos quase 3.000 alunos desistentes do 1º ano do ensino profissional, 30,4% abandonaram a escola no último ano lectivo por razões exclusivamente económicas.
A taxa de abandono dos estudos por motivos financeiros era de 22% em 2010/2011, a nível nacional, pelo que a subida no último ano lectivo é exponencial. No norte chegam a representar quase metade dos abandonos, 47,8%.
Os grandes problemas da escola portuguesa, nos quais o insucesso e o abandono escolar precoce se inserem, têm de ser observados à luz da nova realidade, as famílias não têm posses; não vai haver mais alunos a aprender mais, somente menos alunos.
Não vale a pena enumerar medidas para a prevenção do abandono escolar, nem esperar que a estrutura curricular resolva o problema básico da exclusão, a sociedade portuguesa está a empobrecer a um ritmo tal que gerações de jovens de famílias menos abonadas não terão direito ao ensino.
Os cortes na Educação, que para o governo de Passos Coelho são cortes na despesa, são cortes no investimento essencial para que Portugal tenha futuro. As medidas de austeridade que recaem sobre a parte da sociedade portuguesa mais necessitada vão excluir milhares de jovens da formação a que têm direito.
Assim não vamos lá.
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