quarta-feira, 25 de julho de 2012
Portugal vende armas à Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau é dos países mais instáveis de África, as suas forças armadas são a principal fonte da insegurança e da inconstância política.
Entidades regionais e internacionais têm tentado promover o diálogo entre os líderes políticos e os militares. Da ONU à CPLP passando pela Comunidade Económica dos Estados do Oeste Africano e a União Europeia, têm-se esforçado para que seja implementada uma reforma no sector da defesa.
Segundo o jornal i, Portugal, que faz parte de algumas das organizações que procuram ajudar na pacificação da Guiné-Bissau, vendeu 684 mil euros de armas, desde 2009, à Guiné-Bissau, contrariando, (como denuncia a deputada do Parlamento Europeu, Ana Gomes) “as salvaguardas da posição comum assim como o trabalho da missão da EU para a reforma do sector de segurança na Guiné-Bissau, lançada em 2008 e que deixou o país em 2010”.
Temos assim, a costumeira hipocrisia dos países que se dizem fomentadores da paz a fornecer o equipamento para fazer as guerras.
A proibição da venda de armas a “países em risco de tensão e conflitos”, habitualmente ladeada pelo recurso a intermediários, é no caso das exportações portuguesas de armamento, ignorada às claras; a Guiné-Bissau é o nosso sexto melhor cliente nos últimos meses, segundo dados do INE.
Depois enviamos navios e aviões de guerra para a costa de África a cada vez que surge um golpe ou um assassinato, porque, como dizia o ministro da defesa, “as forças armadas portuguesas estarão á altura do desafio se vier a ser necessário”.
Hipócritas!
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