sexta-feira, 1 de junho de 2012
António Borges diz ser urgente diminuir salários.
Marc Roche, correspondente do “Le Monde” e autor do livro “O Banco – Como a Goldman Sachs Dirige o Mundo”, prémio de melhor livro de economia de 2010, da Associação de Jornalistas Económicos e Financeiros de França, afirmou à Rádio Renascença que, “o FMI disse-me que se livrou de António Borges porque não estava à altura do trabalho”. Desmente o que correu aquando da sua demissão, dizia-se que teria sido por razões de saúde, aliás, António Borges teve condições de saúde para de imediato se encarregar das privatizações em Portugal.
O mesmo Roche, em entrevista à Visão de 24 de Maio, sobre se António Borges não teria sido uma oportunidade para a Goldman Sachs (GS) na sua relação com Portugal, responde, “ o que ele fez no FMI, como economista-chefe – e não foi muito bom no desempenho dessa função, a avaliar pelo que foi dito pelo fundo para justificar o seu afastamento –, não teria dado muito a ganhar ao Goldman”. Aqui, a incompetência de Borges terá provavelmente salvo Portugal de se ter envolvido de forma semelhante à Grécia, com o Goldman.
A jornalista Mafalda de Avelar do Diário Económico (DE) transcreve hoje parte da entrevista ao canal ETV, de Marc Roche, que será transmitida terça-feira: «Ainda sobre o português (António Borges) diz o autor (Marc Roche) que descobriu, agora, que “Borges é cabeça das privatizações em Portugal”. “Será que ele vem limpo do seu passado na GS?”, “O que é que Borges fazia na GS?” são questões que os portugueses devem colocar ao economista, segundo este jornalista de investigação financeira, que defende que Borges “não deveria estar em posição de escolher os bancos na privatização porque sempre existe – algures – um Alumni* da GS”.»
António Borges foi apresentado como candidato a líder do PSD, antes das eleições internas ganhas por Passos Coelho, voltou-se a falar dele quando foi corrido do FMI como reserva para o mesmo cargo e tem as relações conhecidas com os interesses financeiros internacionais. Não se sabe o que o futuro lhe reserva (e por consequência, a nós) mas Marc Roche tem razão, o perfil de António Borges não aconselha a função que tem nas privatizações (se devia haver ou não estas privatizações é outro assunto).
Sobre a diminuição dos salários dos portugueses, que o DE chama para a primeira página de hoje, o melhor é não ligar – se ainda fosse a diminuição do salário dele…
(* Alumni, do latim, aluno – no contexto - da “escola” Goldman Sachs)
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