quinta-feira, 14 de junho de 2012
Grécia. Corrida aos bancos, euros a voar das contas.
Os levantamentos de euros dos bancos gregos “continua a bom ritmo”, ler aqui: -“Pânico. Gregos levantam entre 100 e 500 milhões de euros por dia ”. Esta situação junta-se à fuga de capitais, da Grécia para o exterior, que começou no início da crise, em 2009, como tem sido relatado pela comunicação social e pelas próprias autoridades gregas.
A proximidade das eleições e as incertezas sobre o que provocarão é responsável pelo actual movimento anormal das contas bancárias; anormal mas justificado, os gregos podem ou não ficar no “Euro”, mas querem assegurar-se de que ficam com os seus euros.
O anúncio de se vai tirar dinheiro aos ricos e o risco de se ir trocar o dinheiro de todos por uma moeda que valerá talvez metade, não podia ter outro efeito. Tal como o anúncio de que se vai dar passaportes aos emigrantes ilegais que entram na Grécia, só poderá ter como consequência a reposição de fronteiras e o fim do “”espaço Schegen”. Trocar votos por mais dificuldades para futuro é de êxito duvidoso.
Pior que o dinheiro que sai e só voltará com estabilidade, é a saída de milhares de jovens, precisamente os mais capacitados para reconstruir a economia; os jovens cuja educação custou milhões à sociedade grega. Desses, que fugiram da austeridade procurando a prosperidade no estrangeiro, só alguns voltarão e dependendo das oportunidades oferecidas. Por agora têm pouca confiança no futuro próximo da Grécia.
Os levantamentos de euros dos bancos é uma sondagem que não engana, os gregos vão às urnas no domingo pouco convencidos de que a sua moeda continuará a ser o euro. Estas cautelas colidem com o optimismo do líder do SYRIZA que tem afirmado que “os líderes europeus não podem correr o risco de uma saída da Grécia da zona euro”.
Entre as pressões das análises mais catastrofistas e a solidariedade de políticos como a alemão Daniel Cohn-Bendit, que afirma que “a Grécia não pode ser relegada para a lata do lixo da história” e que “ independente do resultado das eleições, os europeus têm de continuar as negociações com o novo governo grego” aparecem notícias contraditórias.
Uma, generalizada a vários países, da grande China à mais pequena empresa europeia, dá conta de que todos se preparam para as repercussões da saída da Grécia da zona euro, outra que o FTD (Financial Times Alemão) trazia agora, diz que a “União Europeia vai abrandar a austeridade” nas “negociações que espera sejam duras, com o novo governo”.
A flexibilização do programa de austeridade terá sempre de ser um ponto de partida para o caso de a EU querer manter a Grécia na zona euro, independentemente do resultado das eleições gregas; sabe-se que a maioria dos alemães não o deseja mas quem decide são os líderes, e aqui os interesses de Merkel e do seu eleitorado podem entrar em choque.
Em qualquer circunstância o que espera os gregos não é um mar de rosas, e eles sabem-no.
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