quinta-feira, 14 de junho de 2012

Há racionamento nos Serviços Públicos de Saúde.

Observatório da Saúde denuncia política de Saúde.Jun 2012


Já tinha dado por isso; o relatório de Primavera 2012 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) vem confirmá-lo, há racionamento nos serviços públicos de Saúde, não por ordem directa do governo mas por imposição das medidas de austeridade do governo, o que vem dar ao mesmo.

Não mandaram ninguém deixar de fornecer bons cuidados de saúde, limitaram-se a fazer cortes nos orçamentos dos serviços que impedem que os cuidados de saúde sejam prestados de forma conveniente. Racionamento é o termo usado pelo OPSS e é verdade; dei por ele no número de análises que a minha doença crónica obriga a fazer, são agora menos e mais espaçadas (espero que dentro dos critérios mínimos) damos por ele nos simples pensos usados após uma cirurgia, no mesmo hospital temos direito a um bom penso numa secção e direito a uma doença de pele provocada por um penso noutra.

Enquanto fica pelos pensos, penso que não é muito grave, obriga o próprio a comprar do seu bolso material adequado, se tiver meios para isso; já quando chega aos fármacos, tratamentos dispendiosos ou meios de diagnóstico que se não fazem, o racionamento nos serviços públicos de saúde leva a mais despesa posterior, quando não à morte do doente.

Diz o jornal Público que «no relatório sobressai a suspeita de “indícios de que podem estar a ocorrer situações de racionamento implícito nos serviços de saúde”, a denuncia sobre as “designadas “taxas moderadoras” que o não são” e o aviso sobre os “sérios riscos de degradação” que enfrenta a reforma dos cuidados de saúde primários – a mais importante reforma do Serviço Nacional de Saúde das últimas décadas.»

Após a leitura do relatório voltarei a este tema, o mais importante da “revolução passista”, cujo objectivo estratégico é a destruição do Serviço Nacional de Saúde como Sistema Universal. O que temos visto (vi acontecer em Chaves) é que o desinvestimento nos Serviços Públicos de Saúde tem como principal missão entregar aos privados um negócio altamente rentável.

Cabe aos portugueses, que são todos utentes, não deixarem passar com a usual “paciência” esta “revolução privada passista”, o acesso aos cuidados de saúde é universal, é para todos.

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