segunda-feira, 11 de junho de 2012
França.Esquerda com maioria, um exemplo para o PS.
Esquerda consegue garantir maioria na primeira volta das legislativas em França.
O processo de mudança do poder político em França começou em Setembro de 2011 com a vitória socialista nas eleições para o Senado. As eleições locais e regionais tinham sido indicadoras da ascensão do partido socialista, mas só em Outubro, com a definição do adversário de Sarkozy, se criou corpo popular de apoio à mudança política.
O método adoptado para a escolha do líder socialista, com a participação dos simpatizantes de esquerda, terá sido a principal razão da mobilização e fidelização ao projecto de mudança.
A escolha dos dirigentes partidários, quer do PS quer do PSD, por uma pequena parcela de socialistas ou de sociais-democratas, tem criado dirigentes cuja maior capacidade é o domínio do “aparelho”. Dominar um aparelho partidário tem sido o caminho mais curto para a candidatura a primeiro-ministro.
É um processo de democracia duvidosa, em que o papel dos funcionários, do caciquismo e do carreirismo têm importante relevo. Cria líderes como Passos Coelho, capazes de dar a volta a todo o programa histórico dos sociais-democratas, ou, como António José Seguro, incapazes de cumprir os mínimos do programa histórico socialista.
Entre os projectos ideológicos pessoais que usam os partidos como barrigas de aluguer e os projectos pessoais de carreirismo político, esvaziam-se os partidos e desligam-se os militantes e simpatizantes da vida política partidária activa.
O modelo francês é o exemplo de como tirar uma força política do marasmo. Não se pode pedir aos dirigentes instalados que revolucionem os métodos onde a sua posição pode ficar em causa, caberia aos militantes que acham importante a representação partidária alterar as formas de democracia; em França o Partido socialista abriu-se aos simpatizantes e os resultados estão à vista. Em Portugal há quem não se importe de ser irrelevante desde que seja líder.
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1 comentário:
Há modelos que não se podem importar e não é por causa da balança de pagamentos, saiem caros a quem anda a fazer pela vida, durante anos, dentro dos partidos.
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